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O que é intercessão?


A Intercessão é uma oração de pedido que nos conforma perfeitamente com a oração de Jesus. Interceder é pedir, suplicar em favor de outro. Desde Abraão, é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus”. (Catecismo nº 2634,2635)

A palavra INTERCESSÃO, em si, quer dizer: a ação de “por-se entre”. O intercessor é aquele que se engaja numa batalha espiritual em favor das necessidades de alguém, de algum grupo, família, país, paróquia.

terça-feira, 15 de março de 2011

Pronunciamentos - Cardeal Odilo P. Scherer

Quaresma, tempo de exercícios

A Quaresma, tempo litúrgico muito rico, geralmente é relacionada com os vários temas e motivos que lhe são bem pertinentes: penitência, conversão, jejum, via sacra, campanha da fraternidade... Todos eles abordam algum aspecto importante deste“tempo favorável”.

Mas há uma chave de compreensão da Quaresma, que vem da sua identidade própria:

é o tempo de preparação para celebrar a Páscoa.

A Quaresma aponta para a Páscoa de Jesus e para a renovação da nossa Páscoa, como adesão ao Senhor da vida, que venceu o mal e superou a morte. Conosco, isso aconteceu no Batismo e vai acontecendo ao longo da vida, na medida em que fazemos progressos no conhecimento de Jesus Cristo,voltando-nos para ele e seguindo seus passos.

Por isso, ouvimos logo na Quarta-feira de Cinzas o apelo à conversão e a indicação do rumo dessa conversão: “convertei-vos e crede no Evangelho!”. Não há Páscoa sem conversão do coração e orientação da vida para Deus. Ao longo da Quaresma, somos orientados a vencer as tentações que nos aliciam para afastar-nos de Deus e fazer-nos tropeçar no caminho. A vida é uma luta contínua contra as insídias do Maligno, que nos quer ver longe de Deus e de Jesus Cristo, “caminho, verdade e vida”.

Ao mesmo tempo, a Quaresma nos mostra a meta do nosso caminho e de nossa Páscoa definitiva, que é a participação na glória de Deus; enquanto isso, Deus nos convida a ouvir seu Filho amado e a orientarmos nossa vida pela sua Palavra; ensina-nos também a buscar a água viva, capaz de matar toda sede da vida; o poço é Jesus, que nos dá a água viva e também o pão vivo para fortalecer-nos no caminho durante a vida.

A Quaresma é um tempo dinâmico, como é dinâmica a vida cristã, recebida no Batismo; é tempo para exercitar-nos na escuta atenta da Palavra de Deus; na prática do jejum, da esmola e da oração, que são os tradicionais “exercícios quaresmais”. Pelo jejum, tomamos consciência de que “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” e aprendemos a repartir o pão, de maneira solidária, com os que não o têm; pela “esmola”, somos lembrados de que o amor ao próximo, unido ao amor de Deus, é o cumprimento de toda a Lei de Deus e que não há vida cristã sem caridade fraterna. Pela oração, exercitamo-nos no diálogo e na comunhão com Deus e a buscá-lo acima de todas as coisas; é Ele o supremo bem e a meta final de nossa vida.

Outra forma de realizar os exercícios da Quaresma é a prática das obras de misericórdia, que são um elenco muito concreto das obras de caridade: dar de comer aos famintos; dar de beber aos sedentos; acolher quem está sem casa; vestir os que estão sem roupa; visitar os presos e doentes; enterrar os mortos; consolar os aflitos e socorrer toda pessoa em situação de necessidade.

A prática das obras de misericórdia é determinante para ter acesso ao banquete da vida eterna, conforme Jesus nos diz no capítulo 25 do Evangelho de São Mateus.

Aos exercícios da Quaresma, devemos acrescentar a participação ativa na realização da Campanha da Fraternidade; cada ano, ela nos convida a focalizar algum aspecto de nossa conversão a Deus, especialmente em questões de convívio social. Neste ano, tratamos da vida no Planeta e das suas implicações para a fraternidade; o Planeta Terra, nossa casa comum e obra-prima do Criador, é o cantinho da vida no universo. Tratar bem da natureza e cuidar do meio ambiente é sinal de fé em Deus, que encarrega o homem de cuidar bem deste jardim da vida; ao mesmo tempo, é questão de justiça e solidariedade para com o próximo, pois o mundo não é só para poucos, nem apenas para nós, que vivemos neste momento sobre a Terra... Por isso, a Campanha da Fraternidade, no espírito da Quaresma, nos convida a uma verdadeira conversão a Deus e ao próximo, respeitando e tratando bem a obra de Deus, que é um bem para todos.

Não faltam outros exercícios para a Quaresma, como a via sacra, para unir-nos à Paixão de Cristo, às celebrações da Penitência. O importante é começar logo e entrar, sem demora, no caminho de 40 dias “através do deserto”, para chegarmos à celebração da Páscoa com o coração e as disposições renovadas.

Afinal, Páscoa é “passagem” para uma vida nova.

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 10.03.2011

Card. Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo

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