Seja Bem Vindo(a)!

Nós do ministério de intercessão da arquidiocese de São Paulo ficamos felizes por sua visita.
Esperamos que nossas publicações te ajude não só no ministério mas também em sua vida pessoal.
Você é importante pra nós, por isso por favor deixe seu comentario, participe das enquetes.


O que é intercessão?


A Intercessão é uma oração de pedido que nos conforma perfeitamente com a oração de Jesus. Interceder é pedir, suplicar em favor de outro. Desde Abraão, é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus”. (Catecismo nº 2634,2635)

A palavra INTERCESSÃO, em si, quer dizer: a ação de “por-se entre”. O intercessor é aquele que se engaja numa batalha espiritual em favor das necessidades de alguém, de algum grupo, família, país, paróquia.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

PENTECOSTES

Nosso Cenáculo de Pentecoste!

Onde: Praça da Sé

Quando: 10/07/2011

Tema: “Por causa da Tua Palavra lançaremos as redes”

Queremos desde já estar em intercessão por este evento, pedindo ao nosso Deus Pai por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo que a cidade de São Paulo viva uma verdadeira efusão do Espírito Santo, Pentecoste!

Vamos nos unir em oração, por isso peço aos grupos de intercessões regionais, setoriais e de grupo de oração que estejam em constante intercessão por este evento, pela equipe que está organizando, pelo local, pela coordenação, pelos pregadores, animadores, pelos recursos financeiros, pela parte burocrática, pela equipe de serviço, enfim por tudo o que envolve um evento deste porte.

Como orações de intercessão orem diariamente a oração do Veni Creator Spiritus!

Além de iniciarmos dia uma novena não de nove dias, mas de nove semanas, iniciando dia 08 de maio e terminando dia 09 de julho, ficando assim:

1º Semana: 08 de maio a 14 de maio

2º Semana: 15 de maio a 21 de maio

3º Semana: 22 de maio a 28 de maio

4º Semana: 29 de maio a 04 de junho

5º Semana: 05 de junho a 11 de junho

6º Semana: 12 de junho a 18 de junho

7º Semana: 19 de junho a 25 de junho

8º Semana: 26 de junho a 02 de julho

9º Semana: 03 de julho a 09 de julho

Para nos auxiliar recorramos ao livro Celebrando Pentecoste, editora RCC Brasil, onde contém a novena de Pentecoste.

Também não esqueçamos de colocar este evento nas intenções de nosso terço ou rosário, das Santas Missas e de nossos Jejuns.

Mas quero ressaltar o “Projeto para um Pentecostes Missionário”, onde nossa coordenação Nacional nos direciona, motiva e ensina à verdadeiramente lançarmos as redes.

Como será gratificante para nós se o colocarmos em prática como verdadeiros missionários lançando as redes, pregando o Querigma e convidando para participar do grupo de oração e do nosso evento de Pentecoste.

Abaixo segue maiores informações sobre o Projeto e também a oração do Veni Creator.


Projeto para um Pentecostes Missionário - veja os subsídios

Ao receberem o dom do Espírito Santo, após dias de longa oração, os discípulos e a própria mãe de Jesus saíram às ruas, às praças, ao mundo anunciando a salvação trazida por Jesus Cristo. Pentecostes é isso: a unção pelo Espírito e um posterior compromisso com a evangelização.

Em preparação para a grande festa na qual celebramos a vinda do Espírito Santo sobre Maria e os apóstolos, tradicionalmente somos convidados a rezar, como eles fizeram, através da Novena de Pentecostes. Mas como este é um ano para irmos além, fazermo-nos ao largo, queremos dar um passo adiante.

Somos convidados a sair, assim como na Igreja nascente, a anunciar pelas nossas ruas, pelas nossas praças, ao nosso mundo! Dizemos nossas porque é justamente essa a intenção: em preparação para Pentecostes, o convite é para que visitemos as realidades ao nosso redor, ao redor do nosso Grupo de Oração.

Esta proposta, lançada durante o ENF 2011, ganhou forma e está embasada em subsídio preparado pela Comissão de Formação da RCCBRASIL. A idéia é formarmos como que uma “onda” de missão. Os pontos de partida são os Grupos de Oração, dos quais sairão duplas missionárias a evangelizar nas casas do bairro ou da paróquia no qual acontecem os encontros. Nas visitas, a proposta é que seja pregado o Querigma e se faça o convite à participação na programação de Pentecostes do GO: novena, seminários de vida, rebanhões ou algo que o Grupo quiser preparar.

Se cada um dos cerca de 8,5 mil Grupos de Oração cadastrados formassem 10 duplas, e estas visitassem 10 casas, seriam 850 mil lares visitados em todo o Brasil.

Participe conosco. Nossa missão, como membros da Renovação Carismática Católica, é possibilitar que cada vez mais pessoas tenham uma experiência do batismo no Espírito Santo.

Para baixar o arquivo de subsídio para a missão, acesse o link a seguir:http://www.rccbrasil.org.br/download_conta.php?id_down=219

Agradecidos desde já,

Um abraço fraterno,

Departamento de Comunicação Social

Renovação Carismática Católica do Brasil

http://www.rccbrasil.org.br

@RCCBrasil

Veni Creator Spiritus! Vem, Espírito Criador!

Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.

Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

Amém!

Fonte:

RCC Brasil

Dia 01 começa a SEMANA ESTADUAL DA PARTILHA

No próximo domingo, dia 01 de maio, sob a intercessão de João Paulo II que estará sendo beatificado pela Igreja, estaremos dando início à nossa SEMANA ESTADUAL DA PARTILHA, proposta pela Renovação Carismática do Estado de São Paulo.

Aos grupos de oração e novas comunidades que desejam participar conosco deste momento de graça, gostaria de sugerir o seguinte:

- Durante essa semana (de 01 a 07 de maio), que o seu Grupo possa meditar sobre o princípio da Partilha, um dos 4 princípios da moção profética nacional para o ano de 2011.

- Como sugestão, a pregação do Grupo de Oração poderia ser baseada em At 4,32 "Eles tinham tudo em comum".-

- Como gesto concreto de partilha, fazer uma coleta destinada a sustentar os projetos missionários da RCCBRASIL.

Que o Espírito Santo, princípio da unidade cristã, realize uma grande obra de Unidade por meio de nossos grupos de oração e novas comunidades.

Fraternalmente,

Rogerio Soares - coordenador estadual da RCC SP

Dia 01 começa a SEMANA ESTADUAL DA PARTILHA


No próximo domingo, dia 01 de maio, sob a intercessão de João Paulo II que estará sendo beatificado pela Igreja, estaremos dando início à nossa SEMANA ESTADUAL DA PARTILHA, proposta pela Renovação Carismática do Estado de São Paulo.

Aos grupos de oração e novas comunidades que desejam participar conosco deste momento de graça, gostaria de sugerir o seguinte:

- Durante essa semana (de 01 a 07 de maio), que o seu Grupo possa meditar sobre o princípio da Partilha, um dos 4 princípios da moção profética nacional para o ano de 2011.

- Como sugestão, a pregação do Grupo de Oração poderia ser baseada em At 4,32 "Eles tinham tudo em comum".-

- Como gesto concreto de partilha, fazer uma coleta destinada a sustentar os projetos missionários da RCCBRASIL.

Que o Espírito Santo, princípio da unidade cristã, realize uma grande obra de Unidade por meio de nossos grupos de oração e novas comunidades.

Fraternalmente,

Rogerio Soares - coordenador estadual da RCC SP

Artigos e Pronunciamentos de Dom Odilo Scherer

Beato João Paulo 2º, rogai por nós!

No próximo dia 1º de maio, em Roma, será beatificado o papa João Paulo 2º. Fato extraordinário, pois ele faleceu há seis anos apenas! Mas foi notável também a sua pessoa e, por isso, sua beatificação rápida não deve causar maravilha a ninguém. De fato, já no meio da numerosa multidão que acorreu ao seu funeral na praça de São Pedro houve manifestações espontâneas, pedindo que fosse proclamado santo imediatamente!

Quando beatifica ou canoniza algum de seus filhos, a Igreja afirma que esse foi um cristão autêntico, que viveu de forma extraordinária e exemplar como discípulo de Jesus Cristo. Não é o milagre que mais importa, mas a vida santa, a fé sólida, o amor e a comunhão com Deus, a caridade para com o próximo, a consistência e mesmo a heroicidade das virtudes, o serviço prestado à Igreja e à humanidade, tudo motivado pela fé cristã.

Ninguém se torna santo depois da morte, mas durante a vida; o milagre, exigido no processo de beatificação e canonização, é visto como um sinal de Deus, a confirmar aquilo que a Igreja se propõe a fazer. E esta, após cuidadoso estudo e exame detalhado de todos os aspectos da vida daquele que vai ser beatificado ou canonizado, reconhece e proclama oficialmente que se tratou de um cristão exemplar enquanto viveu e que está no céu, junto de Deus; neste ato, a Igreja empenha o seu Magistério.

Quem não se lembra do papa João Paulo 2º? Teve uma infância simples e sofrida na Polônia; na juventude, padeceu os horrores da Segunda Guerra Mundial e, em seguida, conheceu também os abusos totalitários do comunismo polonês e russo. Foi sacerdote idealista e dedicado; bispo dinâmico e corajoso; aos 58 anos de idade, foi eleito papa, permanecendo na Sé de São Pedro por quase 27 anos, como pastor dinâmico, corajoso, lúcido e generoso. Incentivou a formação do clero, dos religiosos e dos leigos, valorizou os diversos carismas presentes no Povo de Deus, cuidou de manter unida a Igreja e de corrigir desvios na fé e na vida moral e pastoral.

E empenhou-se para colocar em prática o Concílio Vaticano 2º, imprimindo na Igreja um novo dinamismo evangelizador; fez mais de 100 viagens internacionais, visitando 160 países, sempre animando as Igrejas locais e confirmando a fé do povo católico; foram viagens missionárias por excelência, nas quais mantinha encontros de diálogo também com autoridades civis, líderes religiosos e organizações sociais.

Para toda a comunidade humana, João Paulo 2º tornou-se uma autoridade moral indiscutível, como ficou bem claro no seu funeral, que reuniu um número e uma diversidade de chefes de Estado e de governo nunca antes vistos num mesmo lugar. Estavam todos ali para prestar homenagem ao papa que marcou o mundo pelo seu empenho, pelo respeito ao ser humano, pela paz e o bom entendimento entre os povos.

Era um homem de Deus, dedicado inteiramente à causa do Evangelho, e assim se apresentava diante do mundo; tinha uma devoção singela à Virgem Maria, como mostrava seu lema “totus tuus” (todo teu), a quem agradeceu a proteção na hora do atentado na praça de São Pedro, que poderia ter sido fatal. Na sua idade avançada e na doença que lhe tomava as forças, deu um exemplo comovente de dignidade e dedicação à sua missão até o fim.

Será beatificado no 2º Domingo da Páscoa, o “Domingo da Misericórdia”, por ele mesmo instituído. Que ele continue a interceder junto de Deus pela Igreja e pela humanidade inteira, para que a “Divina Misericórdia” se estenda sobre todos aqueles que ele amou tão exemplarmente aqui na terra.

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 26.04.2011

Card. Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo

terça-feira, 19 de abril de 2011

Um amor feito de atos


Apresentamos a quarta pregação de Quaresma à Cúria Romana, realizada nesta sexta-feira, 15, em presença do Papa, pelo Frei Raniero Cantalamessa, OFMCap.

A Relevância Social do Evangelho

1. O exercício da caridade

Na última meditação, aprendemos de Paulo que o amor cristão deve ser sincero; agora, aprendamos de João que ele deve ser também efetivo: “Se alguém possui bens deste mundo e vê seu irmão em necessidade, mas não tem piedade dele, como poderia o amor de Deus estar nele? Filhinhos, não amemos de palavra nem de língua, mas com obras e de verdade” (1Jo 3, 16-18). Encontramos o mesmo ensinamento, mais plástico, na Carta de Tiago: “Se um irmão ou irmã não têm roupa nem comida, e um de vós lhes dizeis ‘Ide em paz, aquecei-vos e saciai-vos’, mas não lhes dais o necessário ao corpo, de que adianta?” (Tg 2, 16).


Na comunidade primitiva de Jerusalém, esta exigência se traduz na partilha. Dizem que os primeiros cristãos “vendiam suas propriedades e bens e os dividiam com todos, conforme a necessidade de cada um” (At 2,45). Mas o que os movia não era um ideal de pobreza, e sim de caridade. O fim não era serem todos pobres, mas que não houvesse entre eles nenhum necessitado (At 4,34). A necessidade de traduzir o amor em gestos concretos de caridade também não é estranha ao apóstolo Paulo, que, como vimos, insiste tanto no amor do coração. Prova disso é a importância que ele dá às coletas em favor dos pobres, a que dedica dois capítulos inteiros da Segunda Carta aos Coríntios (cf. 2Cor 8-9).


A Igreja apostólica não faz mais do que imitar o ensinamento e o exemplo do Mestre, cuja compaixão pelos pobres, doentes e famintos nunca ficava no sentimento oco, mas se traduzia sempre em ajuda concreta. Aliás, ele fez desses atos concretos de caridade a matéria do juízo final (cf. Mt 25).


Os historiadores da Igreja vêem neste espírito de solidariedade fraterna um dos fatores principais da “missão e propagação do cristianismo nos primeiros três séculos” [1]. Isto se traduziu em iniciativas – e mais tarde em instituições – para o cuidado de doentes, apoio a viúvas e órfãos, ajuda aos presos, alimento para os pobres, assistência para os forasteiros... Este aspecto da caridade cristã, na história e hoje, é tratado na segunda parte da encíclica de Bento XVI “Deus caritas est” e, de modo permanente, pelo Pontifício Conselho “Cor Unum”.

2. O emergir do problema social

A época moderna, em especial o século XIX, sofreu uma reviravolta na abordagem do problema social. Não basta responder caso por caso à necessidade dos pobres e dos oprimidos; é preciso agir sobre as estruturas que criam os pobres e os oprimidos. Que esse terreno é novo, pelo menos na tematização, fica claro pelo próprio título e pelas primeiras palavras da encíclica de Leão XIII “Rerum novarum”, de 15 de maio de 1891: é com ela que a Igreja entra no debate como protagonista. Vale a pena reler o princípio da encíclica:


“A sede de inovações, que há muito tempo se apoderou das sociedades e as tem numa agitação febril, devia, tarde ou cedo, passar das regiões da política para a esfera vizinha da economia social. Efetivamente, os progressos incessantes da indústria, os novos caminhos em que entraram as artes, a alteração das relações entre os operários e os patrões, a influência da riqueza nas mãos dum pequeno número ao lado da indigência da multidão, a opinião enfim mais avantajada que os operários formam de si mesmos e a sua união mais compacta, tudo isto, sem falar da corrupção dos costumes, deu em resultado final um temível conflito”.


É nesta perspectiva que se posiciona a segunda encíclica do Santo Padre Bento XVI sobre a caridade: “Caritas in veritate”. Eu não tenho nenhuma competência nesta matéria e, portanto, me abstenho de entrar no mérito dos conteúdos dela e das outras encíclicas sociais. O que eu gostaria de fazer aqui é ilustrar o substrato histórico e teológico, o “Sitz im Leben” desta nova forma do magistério eclesiástico: como e por que começaram as encíclicas sociais e como e por que novas encíclicas sociais são escritas periodicamente. Isto pode nos ajudar a descobrir coisas novas sobre o evangelho e sobre o amor cristão. São Gregório Magno diz que “a Escritura cresce com aqueles que a lêem” (cum legentibus crescit) [2], ou seja, ela sempre mostra novos significados conforme as perguntas que lhe fazemos, e isto se mostra particularmente verdadeiro neste âmbito do social.


A minha reconstituição será feita com breves pinceladas, como não poderia deixar de ser nestes poucos minutos, mas as sínteses e os resumos também têm a sua utilidade, ainda mais quando não temos a possibilidade de aprofundar pessoalmente em certos problemas, por causa da diversidade dos nossos compromissos.


Na época em que Leão XIII escreveu a sua encíclica social, havia três orientações dominantes quanto ao significado social do evangelho. A mais em voga era a interpretação socialista e marxista. Marx não tinha se ocupado com o cristianismo desse ponto de vista, mas alguns seguidores imediatos dele (Engels de um ponto de vista ainda ideológico e Karl Kautsky de um ponto de vista histórico) abordaram o problema, no âmbito da sua pesquisa sobre os “precursores do socialismo moderno”.


As conclusões deles são as seguintes. O evangelho foi um grande anúncio social aos pobres; todo o resto, o seu revestimento religioso, é secundário, é uma “superestrutura”. Jesus foi um grande reformador social, que quis remir as classes inferiores da miséria. O seu programa prevê a igualdade de todos os homens, o suprimento da necessidade econômica. A primitiva comunidade cristã viveu um comunismo ante litteram, de caráter ainda ingênuo e não científico: um comunismo mais no consumo do que na produção dos bens.


Depois, a historiografia soviética do regime rejeitaria essa interpretação, que, segundo eles, concedia papel demais ao cristianismo. Nos anos 60 do século passado, a interpretação revolucionária reapareceu, desta vez na política, com a tese de um Jesus chefe de um movimento “zelote” de libertação, mas teve vida curta nos nossos campos (o Santo Padre recorda esta interpretação no seu último livro sobre Jesus, falando da purificação do templo).


Quem chega a uma conclusão análoga à marxista, mas dentro de uma proposta muito diferente, é Nietzsche. Ele concorda com os marxistas quanto ao cristianismo ter nascido como um movimento das classes inferiores, mas o parecer dele é todo negativo: o evangelho encarna o “ressentimento” dos fracos contra as naturezas vigorosas; é a “inversão de todos os valores”, um cortar as asas do decolar humano rumo à grandeza. Tudo o que Jesus se propusera seria difundir no mundo, em oposição à miséria terrena, um “reino dos céus”.


Estas duas escolas – concordantes no modo de ver, mas opostas na conclusão – se vêem acompanhadas por uma terceira, que podemos chamar de conservadora. Jesus não teria se interessado pelos problemas sociais e econômicos; atribuir-lhe tais interesses seria diminuí-lo, mundanizá-lo. Ele citou o mundo do trabalho e se compadeceu de pobres e miseráveis, mas nunca visou a melhoria das condições da vida terrena.

3. A reflexão teológica: teologia liberal e dialética

Estas são as ideias dominantes na cultura daquele tempo, quando começa uma reflexão teológica por parte das igrejas cristãs. Ela também se desenvolve em três fases e apresenta três orientações: a da teologia liberal, a da teologia dialética e a do magistério católico.


A primeira resposta é a da teologia liberal do fim do século XIX e começo do XX, representada principalmente por Ernst Troeltsch e Adolph von Harnack. Vale a pena parar um pouco para olhar as ideias desta escola, porque muitas das suas conclusões, pelo menos neste campo específico, são as mesmas do magistério social da Igreja, embora por outros caminhos. Elas são ainda hoje atuais e compartilháveis.


Troeltsch contesta o ponto de partida da interpretação marxista, segundo a qual o fator religioso é sempre secundário em comparação com o fator econômico, uma simples superestrutura. Estudando a ética protestante e o início do capitalismo, ele demonstra que, se o fator econômico influi no religioso, também é verdade o contrário. São dois âmbitos diferentes, não subordinados um ao outro.


Harnack, por sua vez, observa que o evangelho não nos dá um programa social voltado a combater e abolir a necessidade e a pobreza, não dá pareceres sobre a organização do trabalho e sobre outros aspectos importantes hoje, como a arte e a ciência. Mas acrescenta que é muito melhor assim. Teria sido péssimo se o evangelho tivesse ditado regras sobre as relações entre as classes, as condições de trabalho, e assim por diante. Para serem concretas, essas regras teriam nascido fatalmente ligadas às condições do mundo da época (como é o caso de muitas instituições e preceitos sociais do Antigo Testamento), e, portanto, ficariam logo anacrônicas e inúteis para o evangelho. A história, também a do cristianismo, mostra como é perigoso ligar-se a contextos sociais e instituições políticas de uma certa época e como é difícil desamarrar-se deles depois.


“Mas”, prossegue Harnack, “não há outro exemplo de religião surgida com verbo social tão poderoso como a religião do evangelho. E por quê? Porque as palavras ‘ama o próximo como a ti mesmo’ são aqui realmente levadas a sério, porque com estas palavras Jesus iluminou toda a realidade da vida, todo o mundo da fome e da miséria... Substitui um socialismo fundado em interesses antagônicos por um socialismo que se fundamenta na consciência de uma unidade espiritual... A máxima do ‘livre jogo das forças’, do ‘viver e deixar viver’ – seria melhor dizer ‘viver e deixar morrer’ – é abertamente oposta ao evangelho” [3].


A posição da mensagem evangélica se opõe, então, tanto à redução do evangelho a proclamação social e luta de classes quanto à posição do liberalismo econômico do livre jogo das forças. O teólogo evangélico se deixa conduzir por um certo entusiasmo: “Um espetáculo novo”, escreve ele, “se apresentava ao mundo: até então, a religião se adaptava facilmente ao statu quo do mundo, ou se acampava nas nuvens, em direta oposição a tudo. Mas agora ela tinha um novo dever a cumprir: combater a necessidade e a miséria desta terra, e, similarmente, a terrena prosperidade, reduzindo misérias e necessidades de todo tipo; elevar a vista ao céu na coragem que vem da fé, e trabalhar com o coração, com as mãos e com a voz pelos irmãos desta terra” [4].


O que a teologia dialética, sucessora da liberal após a primeira guerra mundial, reprova nesta visão liberal? Antes de tudo, o seu ponto de partida, a sua ideia do reino dos céus. Para os liberais, isso é de natureza essencialmente ética; um sublime ideal moral, que tem como fundamentos a paternidade de Deus e o valor infinito de toda alma; para os teólogos dialéticos (K. Barth, R. Bultmann, M. Dibelius), isso é de natureza escatológica; é uma intervenção soberana e gratuita de Deus, que não se propõe mudar o mundo, mas denunciar a sua situação atual (“crítica radical”), anunciar o seu fim iminente (“escatologia consequente”) e lançar o apelo à conversão (“imperativo radical”).


O caráter de atualidade do evangelho consiste no fato de que “tudo o que é exigido não é exigido em geral, por todos e para todos os tempos, mas por este homem e talvez só por ele,neste momento e talvez só para este momento; e é exigido não com base num princípio ético, mas por causa da situação de decisões em que Deus colocou esse homem, e talvez somente a ele, no aqui e agora” [5]. A influência do evangelho no social se dá no singular, no indivíduo, não através da comunidade ou da instituição eclesial.


A situação enfrentada hoje por quem acredita em Cristo é a mesma que foi criada pela revolução industrial, com as mudanças que ela trouxe ao ritmo da vida e do trabalho, com o consequente desprezo pela pessoa humana. Diante dela, não há “soluções cristãs”; cada crente é chamado a responder com a própria responsabilidade, em obediência ao apelo que Deus lhe faz na situação concreta em que ele vive, mesmo se o critério de fundo é o preceito do amor ao próximo. O cristão não deve se resignar com pessimismo às situações, mas também não deve se iludir com a mudança do mundo.


Pode-se falar ainda, nesta perspectiva, de uma relevância social do evangelho? Sim, mas só de método, não de conteúdo. Explico: esta visão reduz o significado social do evangelho a um significado “formal”, excluindo todo significado “real” ou de conteúdo. Em outras palavras, o evangelho apresenta o método, o impulso, para um correto posicionamento e um reto agir cristão no social.


Este é o ponto fraco desta visão. Por que atribuir aos relatos e às parábolas evangélicas um significado somente formal e não também um significado real e exemplar? É lícito, por exemplo, na parábola do rico epulão, ignorarmos as indicações concretas e claras sobre o uso e abuso da riqueza, o luxo, o desprezo pelo pobre, para nos atermos apenas ao “imperativo do agora” que ressoa na parábola? Não é estranho que Jesus pretendesse apenas dizer que ali, diante dele, era preciso decidir-se por Deus e, para dizer isso, ele tivesse construído um relato tão complexo e detalhado que, em vez de concentrar, só desviaria a atenção do centro de interesse?


Uma solução assim, que dissolve a mensagem de Cristo, parte da premissa errada de que não existem exigências comuns na palavra de Deus, que se impõem ao rico de hoje como se impunham ao rico – e ao pobre – do tempo de Jesus. Como se a decisão pedida por Deus fosse algo vazio e abstrato, um mero decidir-se, e não um decidir-se a respeito de algo. Todas as parábolas de fundo social são definidas como “parábolas do reino” e assim o seu conteúdo é achatado num único significado, o escatológico.

4. A doutrina social da Igreja

A doutrina social da Igreja católica, como sempre, procura mais a síntese do que a contraposição, o método do et-et em vez do aut-aut. Ela mantém a “dupla iluminação” do evangelho: a escatológica e a moral. Em outras palavras: concorda com a teologia dialética no fato de o reino de Deus pregado por Cristo não ser de natureza essencialmente ética, isto é, um ideal inspirado na validade universal e na perfeição dos seus princípios, mas sim uma iniciativa nova e gratuita de Deus, que, com Cristo, irrompe do alto.


Ela se afasta, porém, da visão dialética no modo de conceber a relação entre esse reino de Deus e o mundo. Entre eles não existe só oposição e inconciliabilidade, como não existe oposição entre a obra da criação e a da redenção, nem entre ágape e eros. Jesus comparou o reino de Deus com o fermento na massa, com a semente lançada à terra, com o sal que dá sabor; ele diz que não veio julgar o mundo, mas salvá-lo. Isto nos mostra o influxo do evangelho no social a partir de uma perspectiva diferente e muito mais positiva.


Apesar de todas as diferenças de posicionamento, há conclusões comuns que emergem de toda a reflexão teológica sobre a relação entre o evangelho e o social. Podemos resumi-las assim: o evangelho não aponta soluções diretamente voltadas aos problemas sociais (vimos que seria péssimo se tivesse apontado); mas ele contém princípios que se prestam a elaborar respostas concretas para diversas situações históricas. Já que as situações e problemas sociais mudam de época em época, o cristão é chamado cada vez a encarnar os princípios do evangelho na situação do momento.


A contribuição das encíclicas sociais dos papas é precisamente esta. Por isso elas se subseguem, cada uma retomando o discurso do ponto até o qual chegaram as precedentes (no caso da encíclica de Bento XVI, o ponto é retomado da “Populorum progressio”, de Paulo VI), e o atualizam com base nas novas instâncias da sociedade (neste caso, o fenômeno da globalização) e também com base numa interrogação sempre nova da palavra de Deus.


O título da encíclica social de Bento XVI, “Caritas in veritate”, indica quais são, aqui, os fundamentos bíblicos sobre os quais se pretende amparar o discurso sobre o significado social do evangelho: a caridade e a verdade. “A verdade”, escreve, “preserva e exprime a força de libertação da caridade nas vicissitudes sempre novas da história […]. Sem a verdade, sem confiança e amor à verdade, não há consciência nem responsabilidade social, e o agir social se deturpa em favor de interesses privados e lógicas de poder, com efeitos desagregadores na sociedade, ainda mais numa sociedade em vias de globalização, em momentos difíceis como os atuais” [6].


A diversidade não está só nas coisas ditas e nas soluções propostas, mas também no modelo adotado e na autoridade da proposta. Consiste, em outras palavras, na passagem da livre discussão teológica para o magistério, e de uma intervenção social de natureza exclusivamente “individual” (coma a proposta pela teologia dialética) para uma intervenção comunitária, como Igreja e não só como indivíduos.

5. A nossa parte

Encerremos com um ponto prático que interpela todos nós, inclusive os que são chamados a agir diretamente no âmbito social. Vimos a ideia que Nietzsche tinha da relevância social do evangelho. O evangelho, para Nietzsche, era o fruto de uma revolução, mas uma revolução negativa, uma involução em comparação com o legado grego; era a revanche dos fracos contra os fortes. Um dos pontos que Nietzsche mais ressaltava era a preferência dada ao servir no lugar do dominar, ao tornar-se pequenos em vez de querer emergir e aspirar a coisas grandes.


Ele acusava o cristianismo por um dos mais belos dons que ele deu ao mundo. Um dos princípios com que o evangelho mais beneficamente influi no social é justamente o do serviço. Não é à toa que ele ocupa um lugar importante na doutrina social da Igreja. Jesus fez do serviço um dos pontos cardeais do seu ensinamento (Lc 22,25); ele mesmo diz que veio para servir e não para ser servido (Mc 10,45).


O serviço é um princípio universal; ele se aplica a todos os aspectos da vida: o estado deveria estar a serviço dos cidadãos, o político a serviço do estado, o médico a serviço dos doentes, o professor a serviço dos alunos… Mas ele se aplica de modo todo especial aos servidores da Igreja. O serviço não é, em si, uma virtude (em nenhum catálogo das virtudes ou dos frutos do Espírito se menciona a diakonia), mas brota de diversas virtudes, em particular da humildade e da caridade. É um modo de manifestação daquele amor que “não procura só o próprio interesse, mas também o dos outros” (Fil 2,4); que doa sem procurar contrapartida.


O serviço evangélico, oposto ao do mundo, não é prestado pelo inferior, pelo necessitado, mas pelo superior, aquele que ocupa os postos mais altos. Jesus diz que, na sua Igreja, é principalmente “quem governa” que deve ser “como aquele que serve” (Lc 22, 26); o primeiro deve ser “o servo de todos” (Mc 10,44). Estamos nos preparando para a beatificação de João Paulo II. No seu livro Dom e mistério, ele expressa com uma imagem forte este significado da autoridade na Igreja. Trata-se de versos que ele compôs em Roma no tempo do concílio:


“És tu, Pedro. Queres ser aqui o Pavimento
Sobre o qual os outros caminham...
Para chegar lá onde lhes guias os passos;
como a rocha sustenta o casco de um rebanho”.

Para encerrar, escutemos as palavras que Jesus disse aos discípulos logo após lhes lavar os pés como dirigidas a nós, aqui e agora: “Entendeis o que eu vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu sou. Se eu, que sou o Senhor e o Mestre, lavei os vossos pés, deveis também vós lavar-vos os pés uns aos outros. Eu vos dei o exemplo, para fazerdes como eu fiz” (Jo 13 12-15).

Notas:

1. A. von Harnack, Mission und Ausbreitung des Christentums in den ersten drei Jahrhunderten, Lipsia 1902.
2. S. Gregório Magno, Comentário a Jó, XX,1 (CCL 143°, pg.1003).
3. A. von Harnack, Das Wesen des Christentums, Lipsia 1900.
4. A. von Harnack, O cristianismo e a sociedade, edição italiana, Mendrisio 1911, pgs. 12-15.
5. M. Dibelius, Das soziale Motiv im N. Testament, in Botschaft und Geschichte, Tubingen 1953, pgs. 178-203.
6. Bento XVI, “Caritas in veritate”, nº 5.

Fonte: Zenit



Carta aos coordenadores de Grupo de Oração


Rogerio Soares, coordenador estadual da RCC SP convida grupos de oração a participar da Semana Estadual da Partilha.

Aos coordenadores de Grupos de Oração na RCC do Estado de São Paulo

Estado de São Paulo, 15 de abril de 2011.

“Por causa da Tua palavra, lançaremos as redes!”

Querido(a) irmão(ã), coordenador(a) de Grupo de Oração, a paz de Jesus!

A RCC no Estado de São Paulo estará realizando entre os dias 01 e 07 de maio de 2011 aSEMANA ESTADUAL DA PARTILHA.

Todos somos testemunhas do grande empenho da RCC BRASIL em realizar os sonhos de Deus em nosso País. Temos nos alegrado com os Projetos de Missão dentro e fora do país, com a construção da Sede Nacional, com a formação de líderes e servos através das Escolas Nacionais e Regionais de formação, com a Formação à Distância (IEAD) e os Programas de Evangelização por meio da TV e WEBTV, além de todos os investimentos na infra-estrutura do Escritório Nacional, tão necessários para a administração de todas essas frentes de evangelização nacional. Alguns projetos nacionais estão em andamento, a fim de favorecer uma arrecadação que possa manter essas frentes de evangelização.

Sempre que solicitados, cada diocese e grupo de oração em comunhão com a RCC, tem demonstrado grande empenho, esforçando-se para dar sua contribuição. Aproveito aqui para agradecer seu empenho e participação em todas essas iniciativas nacionais.

Nesses dias, porém, percebendo as necessidades que passam a Escritório Nacional, coloquei-me em oração e senti um grande mover do Espírito de convidar todo o Estado de São Paulo a uma iniciativa de realizar uma ação que consiga manifestar nossa solicitude com aqueles que se dedicam trabalhando diariamente pelo bem do nosso Movimento. Tenho notícias de que o Escritório Nacional está precisando de um auxílio com grande urgência. Sabemos que a solicitude por todos os irmãos, a partilha propriamente - é parte constitutiva no mistério da Igreja.

O apóstolo Paulo narra um episódio em que ele mesmo vai, certa vez, à comunidade de Jerusalém levar o fruto de uma coleta que os irmãos da Macedônia e Acaia houveram por bem fazê-lo para ajudar àquela comunidade (Rm 15,26).

Inspirados por esse texto bíblico e respondendo aos apelos do Espírito, venho até você para convidá-lo a participar desse gesto de unidade e partilha. Durante esses dias (01 a 07 de maio) cada grupo de oração que desejar participar, poderá realizar alguma ação simples de arrecadação, como por exemplo:

Uma coleta no Grupo de Oração: durante esta SEMANA ESTADUAL DA PARTILHA, realizar uma coleta no GO (pode ser por doações espontâneas, vendas de bolo, salgado etc.) a serem destinados à RCC Brasil. O coordenador do Grupo de Oração fará depois o envio por meio de depósito bancário diretamente na conta da RCC BRASIL (Conta Corrente 3587-1, operação 003, agência 0495, na Caixa Econômica Federal).

Acredito que, embora simples, esta ação resultará num verdadeiro milagre na vida da RCC BRASIL. Quero lembrar que o gesto de participar da SEMANA ESTADUAL DA PARTILHA e a liberalidade tem um significado maior do que a quantia arrecada em si mesma (Lembre-se da oferta da viúva!). Irmão(ã), conto muito com a participação de seu Grupo de Oração!

Gostaria também de contar com sua colaboração ajudando-nos divulgar essa SEMANA ESTADUAL DA PARTILHA. Se você conhece ou possui algum site, blog ou qualquer outro meio que possa ser útil para divulgação, junte-se a nós, por favor. (Estarei enviando uma arte para divulgação na internet). Vamos criar uma grande rede de comunicação dessa graça e trabalharmos para que nossa Unidade seja refletida no Brasil, para o bem da evangelização e para a glória do nome de Jesus!

Se desejar, escreva para nós, dizendo como será feita esta ação em seu GRUPO DE ORAÇÃO, E COLOCAREMOS EM NOSSO SITE ESTADUAL O SEU GESTO DE UNIDADE. (lembre-se de colocar o nome de seu grupo de oração, cidade e diocese, envie pararccsp@hotmail.com)

Sei que o Espírito Santo, fortaleza dos fracos, nos ajudará nessa ação fraterna. Que Deus derrame copiosamente suas bênçãos sobre seu Grupo de Oração e sua vida.

Peço as intercessões da beata Elena Guerra e de Nossa Senhora de Pentecostes sobre esta nossa ação.

Receba um abraço fraterno,

Rogério Soares

Presidente do Conselho Estadual da RCC São Paulo

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Rede Nacional de Intercessão - Abril 2011

Intercessão /



Publicado no dia 30/03/2011 | 14:21:58


Reconstruir as muralhas entre o limiar da concupiscência e do pecado

Na carta de São Tiago 1,14-16, nós lemos:

“Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos iludais, pois, irmãos meus muito amados”.

Quando se fala em pecado, lembramos logo das nossas atitudes, nossas ações etc. Mas São Tiago afirma que o pecado, antes de se concretizar em ações, nasce na mente. O pecado é gerado quando pensamos em pecar, quando desejamos pecar, e é consumado quando livremente e conscientemente decidimos agir.

É muito importante saber que as nossas ações refletem o que pensamos e o que desejamos. Antes do pecado, vem a concupiscência, que nos alicia e, se não vigiarmos, fatalmente pecamos.

Neste tempo em que o Senhor direciona a RCC do Brasil a olhar para dentro de si, identificar as brechas e deixar-se reconstruir, o Senhor também espera que concretamente permitamos que o Espírito Santo nos reconstrua nas áreas da nossa personalidade e do nosso caráter, a fim de nos manter firmes na luta contra o pecado.

Todos nós, membros da RCC, devemos nos deixar reconstruir nestas áreas onde nasce a concupiscência e permitir que o Senhor construa muralhas entre a concupiscência e o pecado a fim de que sejamos preservados das quedas.

Não basta apenas sermos bons, é necessário que sejamos perseverantes na bondade, na ética, no caráter. É necessário que lutemos para nos afastar o quanto possível da fronteira entre o bem e o mal, é necessário nos posicionar o mais próximo possível do bem, ir mais para o centro onde está o Senhor. Desta forma, se tivermos quedas, cairemos próximos do Senhor que nos ama e nos ampara.

É preciso ter a decisão de clamar a misericórdia de Deus na hora do pecado, naquele limiar entre a concupiscência e o pecado. Pedir a graça de Deus, fechar as brechas, orar ao Senhor, pedir a sabedoria de como fazer quando estamos prestes a pecar. Pedir ao Espírito Santo para nos ensinar a escutar o Seu alerta antes de pecarmos e fugir das ocasiões de pecado.

Reconstruir muralhas significa mudar os pensamentos, os valores e os conceitos quando estes nos levam ao pecado. É ter a coragem de renunciar aos prazeres e até mesmo a determinados planos quando estes já não colaboram para a nossa santidade. É decidirmos ser íntimos do Senhor.

Precisamos permitir que o Senhor reconstrua as muralhas entre a fronteira do pecado e da concupiscência para que tenhamos têmpera na hora em que somos tentados a pecar. Estas muralhas serão reconstruídas em nossa vida com a Palavra de Deus, com a vivência das Práticas Espirituais e com a busca da santidade.

Para facilitar a nossa tarefa, de guardar nossa mente e os nossos pensamentos, São Paulo nos ensina em Filipenses 4,6-8:

“Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus. Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos”.

No Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2520, aprendemos que mesmo tendo recebido o Batismo, devemos lutar contra a concupiscência para vencermos o pecado:

“O Batismo confere àquele que o recebe a graça da purificação de todos os pecados. Mas o batizado deve continuar a lutar contra a concupiscência da carne e as cobiças desordenadas. Com a graça de Deus, alcançará a pureza de coração:

- pela virtude e pelo dom da castidade, pois a castidade permite amar com um coração reto e indiviso;

- pela pureza de intenção, que consiste em ter em vista o fim verdadeiro do homem; com uma atitude simples, o batizado procura encontrar e realizar a vontade de Deus em todas as coisas;

- pela pureza do olhar, exterior e interior; pela disciplina dos sentimentos e da imaginação; pela recusa de toda complacência nos pensamentos impuros que tendem a desviar do caminho dos mandamentos divinos: "A desperta a paixão dos insensatos" (Sb 15,5);

- pela oração: Eu julgava que a continência dependia de minhas próprias forças... forças que eu não conhecia em mim. E eu era tão insensato que não sabia que ninguém pode ser continente, se vos lho concedeis. E sem dúvida mo teríeis concedido, se com gemidos interiores vos ferisse os ouvidos e, com firme fé, pusesse em vós minha preocupação”.

Para refletir:

- É preciso que as nossas atitudes tenham coerência com nossas palavras.

- É preciso alertar os irmãos sobre o limiar do pecado. Aquele momento quando nos deparamos na decisão entre pecar e não pecar, entre pecar e resistir ao pecado.

- Precisamos construir muralhas nesta linha divisória entre o bem e o mal.

- Pedir que o Senhor que coloque a luz de Seu Espírito Santo, o carisma do discernimento dos Espíritos nesta hora!

Intenções Permanentes

- Pelo Santo Padre, o Papa Bento XVI, pelos bispos, sacerdotes, diáconos e religiosos (as), pelos seminaristas, para que neste período de formação sintam seu chamado confirmado;

- Pelo Presidente da Renovação Carismática Católica, Marcos Volcan. Pela unidade da RCC em todo Brasil, estados, Grupos de Oração, equipes de serviço e núcleos e com as diversas expressões carismáticas;

- Pelo Serviço Internacional da RCC (ICCRS) prestado por seus membros e pelo Conselho Latino-Americano (CONCCLAT), para que o Espírito Santo dirija os projetos e orientações do nosso movimento;

- Pelo Programas de TV da RCC: na Canção Nova – Celebrando Pentecostes - e Renovação em Ação, na TV Século 21. Pelo Portal da RCC na Internet;
- Pelos Projetos de evangelização, entre eles: Celebrando Pentecostes e Missão Marajó. Veículos de Comunicação. Por todos os colaboradores do projeto Eu amo a RCC e Semeando a Cultura de Pentecostes;

- Pela construção de nossa Sede Nacional;

- Pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para que objetivem os valores cristãos e respeito à vida desde sua concepção, nas tomadas de decisão.

Núcleo Nacional do Ministério de Intercessão da RCCBRASIL


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